sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Tese de doutorado sobre a "degeneração" da música brasileira

Estudo acadêmico parte do forró eletrônico para investigar o que muitos chamam de “degeneração” da música popular. "Luiz Gonzaga, por exemplo, embora seja o símbolo maior do forró e tratado com respeito pela maioria dos nordestinos, acaba sucumbindo a essa indústria cultural"


A música brasileira está decadente – sans élégance. Difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido uma frase como essa. Refine o gênero, e as frases continuarão a fazer sentido para muitas pessoas. O funk, o sertanejo, o forró, o pop, todas as músicas consumidas pelas massas não prestam.
Um estudo acadêmico parte do forró eletrônico, ouvido à exaustão em todo o Nordeste, para investigar o que muitos chamam de “degeneração” da música popular. O professor Jean Henrique Costa, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, obteve o título de doutor em Ciências Sociais com a tese “Indústria Cultural e Forró Eletrônico no Rio Grande do Norte”, defendida em março de 2012 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O pesquisador defende que o gênero preferido entre os nordestinos faz parte de uma engendrada indústria cultural, por meio da qual são criadas e sustentadas formas de dominação na produção e na audição desse tipo de música.
aviões do forró música brasileira
Segundo ele, quando uma banda de forró eletrônico recorre a canções de temática fácil, na maioria das vezes ligadas à busca de uma felicidade igualmente fácil, ela está criando mecanismos para a formação de um sistema de concepção e circulação musical. Nele, nada é feito ou produzido por acaso. Tudo acaba virando racionalizado, padronizado ou massificado.
O ideal de uma vida festeira, regada de uísque, caminhonete 4×4 e raparigas (mulheres) é hoje um símbolo de status e prestígio para muitos dos ouvintes. Ninguém quer ficar de fora da onda de consumo. Numa das partes da pesquisa, Costa analisou o conteúdo das letras dos cinco primeiros álbuns da banda Garota Safada e descobriu que 65% das músicas falam de amor, 36% de sexo e 26% de festas e bebedeiras.
“Parte expressiva das canções de maior sucesso veicula a ideia de que a verdadeira felicidade acontece ‘no meio da putaria’, ou seja, nos momentos de encontros com os amigos nas festas de forró”, escreveu Costa. “Não se produz determinada música acreditando plenamente que se está criando uma pérola de tempos idos, mas sim um produto para agradar em um mercado competitivo muito paradoxal: deve-se ser igual e diferente concomitantemente.” Ou seja, a competitividade do mercado induz à padronização dos hits.
“O que move o cotidiano é isso mesmo: sexo, amor, prazer, diversão. O forró e quase toda música popular sabem muito bem usar desse artifício para mover suas engrenagens”, explicou Costa. “Não é por acaso que as relações sexuais são tão exploradas pelas canções de maior apelo comercial a ponto de se tornarem coisificadas à maneira de clichês industriais.”

REFERENCIAL TEÓRICO

Outros gêneros musicais também recorrem a estratégias semelhantes. O forró eletrônico consegue se diferenciar dos demais ao dar uma roupagem de “nordestinidade”, criando a identificação direta com o seu público. Mas o objetivo final de todos é proporcionar diversão. O problema, segundo Costa, é que “se vende muito pão a quem tem fome em demasia”.
Costa baseou sua pesquisa no referencial teórico de Theodor W. Adorno, um dos ideólogos da Escola de Frankfurt. O pesquisador procurou atualizar o conceito de indústria cultural a partir da constatação de que as músicas do forró eletrônico são oferecidas como parte de um sistema (o assédio sistemático de tudo para todos) e sua produção obedece a critérios com objetivos de controle sobre os efeitos do receptor (capacidade de prescrição dos desejos).
O pesquisador recorreu ainda a autores como Richard Hoggart, Raymond Williams e E.P. Thompson para abordar o gênero musical a partir da leitura dos estudos culturais (a complexa rede das relações sociais e a importância da comunicação na produção da cultura), que dialogam com outro conceito anterior, o de hegemonia, de Antonio Gramsci. Pierre Bourdieu também serve de referencial teórico.
Ao amarrar essas teorias, o pesquisador argumenta que o público consumidor de músicas acaba fazendo parte de esquemas de consumo cultural potentes e difíceis de serem contestados. Neles, até o desejo acaba sendo imposto. Em entrevista a FAROFAFÁ, Costa exemplifica esse fato com a atual “cobrança” pelo consumo de álcool, onde a sociabilidade gira em torno de litros de bebidas.
“O que se bebe, quanto se bebe e com quem se bebe diz muito acerca do indivíduo. O forró não é responsável por isso, mas reforça.” Para o pesquisador, o consumo de bebidas se relaciona com a virilidade masculina, que, por sua vez, se vincula à reprodução do capital.
“Não reconheço grande valor estético (no forró eletrônico), mas considero um estilo musical que consegue, em ocasiões específicas, cumprir o papel de entreter”, afirmou. O pesquisador ouve todo tipo de música (samba-canção, samba-reggae, rock nacional dos anos 1980 e 1990, bolero, tango, entre outros), mas sua predileção é por nomes como Nelson Gonçalves e Altemar Dutra.
Para cobrir essa lacuna sobre o gênero que iria pesquisar, Costa entrevistou nomes como Cavaleiros do Forró, Calcinha de Menina, Balança Bebê eForró Bagaço. O seu objetivo foi esquadrinhar desde uma das maiores bandas de forró eletrônico do Rio Grande do Norte até uma banda do interior que mal consegue fazer quatro apresentações por mês e cobra em torno de R$ 500 por show.
É dentro desse contexto de consumo de massa de hits que nascem e morrem, diariamente, pelas rádios e carrinhos de CDs piratas, que prevalece o forrozão estilo “risca a faca” e “lapada na rachada”, para uma população semiformada (conceito adorniano de Halbbildung), explica Costa. Sobra pouco ou nenhum espaço para nomes consagrados do gênero.Entre os extremos de quem ganha muito e quem mal consegue sobreviver com o forró, o professor constatou que o sucesso é um elemento em comum, e algo difícil de ser obtido. Depende de substanciais investimentos financeiros e também do acaso – ter um hit pelas redes sociais ajuda. É por isso que Costa afirma que Aviões do Forró e um forrozeiro tecladista independente estão em lados completamente opostos, mas ainda têm algo basilar em comum: a indústria cultural.
Luiz Gonzaga, por exemplo, embora seja o símbolo maior do gênero e tratado com respeito pela maioria dos nordestinos, acaba sucumbindo a essa indústria cultural. “A competição é desigualmente assimétrica para o grande Lua. O assum preto gonzagueano, nesse sentido, bateu asas e voou.”
Costa diz não ser um pessimista ou só um crítico ferrenho do forró eletrônico. Tampouco que tem pouca esperança de que a música brasileira seja apenas uma eterna engrenagem da indústria cultural. Ao contrário, é dentro dela própria que ele vê saídas para o futuro da produção nacional. “Se vejo alguma possibilidade de mudança pode estar justamente nesses estúdios caseiros de gravação de CDs, nas bandas de garagem, no funk das periferias, no tecnobrega paraense. Não afirmo que a via é essa, mas que é um devir, uma possibilidade que pode não ir para além do sistema, mas minar algumas de suas bases”, concluiu.


Eduardo Nunomura – Farofafá, CartaCapital

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/09/tese-doutorado-degeneracao-musica-brasileira.html 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Música pode ser mais do que paixão, mas profissão

Começa como um hobby e pode se transformar em uma carreira. Muitos apaixonados por música decidem levar a paixão adiante e adotar a paixão como ganha pão. No entanto, não basta contar só com talento ou com a sorte. É preciso se preparar e estudar.

Essa é uma das pouca em que, para ingressar na faculdade, é necessário ter experiência - dominar o canto ou algum outro tipo de instrumento musical. Nesse sentido, assim que se inscrevem para o vestibular, os interessados já delimitam a área específica que desejam estudar caso aprovados.

Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), por exemplo, são oito tipos de habilitação: bacharelado em Composição, Canto, Regência Coral, Instrumento (piano, violão, flauta-transversal ou violino) e licenciatura em Educação Musical.

O coordenador do curso de Música da UEM, professor doutor Marcus Alessi Bittencourt, explica que a graduação é voltada para formação de músicos profissionais - habilitados para a realização de atividades relacionadas à criação e pesquisas musicais.

"Sendo assim, o foco do curso é fazer com os alunos se tornem profissionais que saibam tirar tudo aquilo que o instrumento tem de melhor a oferecer e que possam, de fato, estudar a música. É um curso que pode ser considerado difícil. Quem quiser alcançar um diferencial tem que se dedicar muito", aconselha.

Bittencourt ressalta que se por um lado só o profissional altamente qualificado se destaca no mercado, por outro, as áreas de atuação são diversas e, portanto, colocam à disposição dos músicos várias opções de trabalho. Desse modo, um músico profissional pode atuar como produtor e diretor musical, compositor, arranjador, sonoplasta e professor, entre outras possibilidades.

Da mesma forma, engana-se quem pensa que o local de trabalho do músico se restringe às salas de ensaio, ao estúdio e aos palcos. É possível que o músico profissional realize projetos para peças de teatro, televisão, cinema, rádio e para o mercado publicitário, além de desenvolver tecnologias na área.

Quando o assunto é o retorno financeiro, Bittencourt garante que a renda depende da astúcia e capacidade técnica do músico. "Se ele se sobressair e for realmente bom no que faz, certamente conseguirá um bom salário. E o melhor de tudo: desenvolvendo uma atividade que certamente lhe traz prazer", finaliza.

Fonte: http://londrina.odiario.com/empregos/noticia/545659/musica-pode-ser-mais-do-que-paixao-mas-profissao/

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MEC distribuirá tablets para professores e alunos


O uso de tablet na rede pública de ensino vai começar pelos professores do ensino médio. A partir do segundo semestre, o Ministério da Educação (MEC) deve iniciar a distribuição dos equipamentos para 598.402 docentes.

Os primeiros da lista são os professores de escolas que já têm internet em alta velocidade (banda larga), que somam 58.700 unidades. A ideia é o computador portátil chegar a 62.230 escolas públicas urbanas.

Para o MEC, o programa tem mais chances de sucesso se o professor dominar o equipamento e o seu uso, antes de chegar ao aluno. “A inclusão digital tem que começar pelo professor. Se ele não avançar, dificilmente a pedagogia vai avançar”, disse o ministro Aloizio Mercadante. Cursos de capacitação presencial e à distância vão ser oferecidos ao professor, assim que o aparelho começar a ser distribuído.

Com o tablet, o professor poderá preparar as aulas, acessar a internet e consultar conteúdos disponíveis no equipamento - revistas pedagógicas, 60 livros de educadores, principais jornais do país e aulas de física, matemática, biologia e química da Khan Academy, organização não-governamental que distribui aulas on-line usadas em todo o mundo.
As aulas preparadas no tablet, segundo o ministro, serão apresentadas por meio da lousa digital, espécie de retroprojetor combinado com computador, que muitas escolas já usam desde o ano passado. No decorrer de 2011, foram entregues 78 mil desses equipamentos.

Para o ministro, a tecnologia do tablet, em que os comandos podem ser acionados por meio de toques na tela, é mais “amigável” para leitura e acesso à internet em comparação a outros computadores.

Com a novidade, Mercadante espera também tornar a sala de aula mais atrativa para os adolescentes. “O ensino médio é o grande nó da educação. Os indicadores não são bons e a evasão escolar é alta. A escola não está atrativa para o jovem. Esses equipamentos fazem parte do esforço para melhorar o ensino médio”, diz.

Fonte: Estadão.Com.Br (disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,primeiros-a-receber-tablets-serao-professores-anuncia-mec,830914,0.htm)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Músicos Atuantes no Âmbito da Saúde

Muito se comenta sobre o aumento da população de idosos no mundo, fato que ocorre pela própria melhoria na qualidade de vida das populações. Também, é fato que a sociedade ainda não consegue lidar com essa população e, muitas vezes, encontram na prática do asilamento uma forma de "se livrarem do problema”. Os idosos que se encontram em tal estado de negligência tendem a piorar ainda mais seu estado de saúde, já que o convívio social, familiar e íntimo são essenciais para que o indivíduo consiga vitalidade e qualidade de vida.

É nesse contexto que o projeto dos Músicos Atuantes no Âmbito da Saúde trabalha, criando na cultura um espaço onde todos os envolvidos com as instituições de longa permanência possam se comunicar e interagir, recriando assim os laços tão necessários para que a qualidade de vida dos idosos melhore ou seja mantida. Este projeto ocorre em Portugal e na França e, infelizmente, não são é muito difundido no Brasil. Com esse trabalho, os músicos conseguem atingir o objetivo de oportunizar uma vida mais socializada e, mesmo que seu objetivo não seja terapêutico, é visível a melhora dos indivíduos que entram em contato com o trabalho dos músicos.

Esse estudo permitiu o entendimento de que a experiência dos músicos atuantes junto aos idosos institucionalizados se traduz pela busca livre do exercício desta atividade, aliada à busca consciente do relacionamento interpessoal e da intencionalidade expressa no discurso coletivo que resultam no comprometimento profissional, social e humano dos músicos participantes.

A comunicação mais profunda é um desafio, embora às vezes permeada por sentimentos de impotência (e até mesmo de frustração) representadas pelas dificuldades inerentes ao processo; quando a relação Eu-Tu acontece, desencadeia nos músicos emoção e sentimentos de felicidade, afetividade e até mesmo de gratidão, pois reconhecem que o encontro, mediado pela música, possibilitou o seu crescimento pessoal, agregando valor à sua vida. Práticas como esta evidenciam que a música possui uma utilidade prática que não lhe é comumente atribuída dentro da sociedade: a de melhoria da qualidade de vida.

A percepção dos idosos, assim como de familiares/acompanhantes e dos profissionais de saúde envolvidos merecem ser investigadas de forma a compor de forma mais abrangente a especificidade da atuação dos músicos nos hospitais.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Resto é Ruído: Escutando o Século XX


Tenho em mãos o livro de Alex Ross, crítico da revista New Yorker, que faz uma "tentativa" primorosa de criar, em um único livro, toda a tempestuosidade e as contradições da música do século XX.

A aproximação com esse século ainda nos deixa pouco à vontade para dissertar sobre o assunto; todavia Ross consegue, através de uma linguagem moderna, transportar-nos para as conjunturas que criaram as obras mais celebradas do século passado. Inveja, disputas, dinheiro e sexualidade: aspectos da vida humana de compositores como Mahler, Schönberg e até, de forma bem sucinta, Villa-Lobos. Outro aspecto interessante do livro é a abordagem de um assunto tido como elitista e erudito numa linguagem bastante simples, utilizando metáforas atuais e populares.

Recomendo para todo educador musical ou músico que tenha desejo em se aprofundar na história da música do nosso recente e querido século XX - música essa que mostrou contradições e inovações que perseguem o classicismo musical até os dias atuais.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Escuta Só: Do Clássico ao Pop


De Bach a Björk, da música chinesa aos Beatles, de Brahms a Bob Dylan, Escuta só propõe um instigante percurso pelo melhor da música mundial. Organizado em dezenove capítulos temáticos, o livro é uma introdução a algumas das figuras capitais do cânone erudito, explicando em linguagem acessível a arte de mestres como Mozart, Beethoven, Verdi e Schubert. Simultaneamente, canções emblemáticas de ícones do pop como Frank Sinatra, Kurt Cobain e a banda Radiohead recebem releituras inovadoras. Alex Ross combina textos publicados na revista New Yorker, da qual é crítico musical desde 1996, com amostras inéditas de sua premiada produção ensaística. Saudado como “indispensável” pela revista Entertainment Weekly e elogiado pelo conceituado crítico Roger Ebert, Escuta só foi selecionado pela Time como um dos melhores livros de 2010.

Em sua atuação como escritor e crítico - essa espécie de mediador entre os leitores-ouvintes e os artistas que movimentam o circuito sonoro da cultura humana, Ross sempre tem combatido o preconceito disseminado de que a música clássica é elitista e autossuficiente, afastada da realidade cotidiana da maioria das pessoas. Por outro lado, o autor de O resto é ruído - Escutando o século XX procura compreender a música pop como uma manifestação legítima e plena de interesse da cultura contemporânea. Segundo Ross, a música precisa ser entendida (e, sobretudo, escutada) como um modo privilegiado de conhecimento do mundo, chave de acesso a realidades que o discurso racional, por si só, não consegue penetrar. Por meio de uma prosa livre do árido jargão dos especialistas, o autor demonstra que a boa música não reconhece fronteiras entre gêneros, autores, estilos ou épocas quando se trata de seduzir os ouvidos e corações das pessoas.

“A música é simplesmente o que o compositor cria - uma longa cadeia de obras escritas às quais se ligaram várias tradições de execução. Ela abrange o alto, o baixo, o imperial, o clandestino, a dança, a oração, o silêncio, o ruído. Os compositores são gênios parasitas: alimentam-se com voracidade da matéria sonora de seu tempo a fim de gerar algo novo. Eles passaram por tempos duros nos últimos cem anos, enfrentaram obstáculos externos (Hitler e Stálin eram críticos amadores de música), bem como problemas inventados por eles mesmos (‘Por que ninguém gosta de nossa linda música dodecafônica?’). Mas eles talvez estejam à beira de um renascimento improvável, e a música talvez assuma uma forma que ninguém reconheceria hoje.”
“Escuta só vai deleitar tanto fãs de pop quanto aficionados por música erudita.” - New York Times Review of Books.

Fonte: Companhia das Letras. Disponível em http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12969

iPad e iPhone ganham app para cursos livres das melhores universidades do mundo

Não bastasse lançar uma nova plataforma para publicar livros digitais didáticos, a Apple também aposta em cursos livros das melhores universidades do planeta, tanto que o iTunes U (existente no iOS faz tempo) ganhou um aplicativo especialmente para essa finalidade.


Por meio do iTunes U, o app, os usuários podem se inscrever para receber materiais sobre cursos benquistos na meritocracia educacional mundial. A lista de universidades apoiadoras do aplicativo, com conteúdo nele desde o primeiro momento, é longa e inclui Stanford, Cambridge e Oxford.

Atualmente, estou acompanhando um curso de Produção e Tecnologia Musical pela Open University de Londres e, pelo que pude sentir até agora, o curso é muito completo, cheio de material interativo e de livros (linkados diretamente com o iBooks) que possibilitam que eu crie um ritmo de estudos bem interessante.

E se existe o iCloud, por que não usá-lo para sincronizar as anotações dos estudantes donos de iPads, iPhones e iPods Touch? Essencialmente foi isso o que a Apple fez. Ao ingressar num curso, o iTunes baixa os conteúdos automagicamente para todos os dispositivos. Ao confirmar numa janela, o usuário também ativa a sincronização das notas.

Outro recurso do iOS que a Apple parece tirar bom proveito são as "Push Notifications", notificações que aparecem na tela do aparelho imediatamente assim que um novo conteúdo para o curso é publicado. Assim dá para se manter sempre atualizado sobre aulas novas acrescidas ao programa, entre outras coisas.

O iTunes U é muito, muito útil. Infelizmente, é preciso saber inglês para desfrutar a maioria dos cursos aprovados pela empresa da maçã. Nisso já se reduz bastante a quantidade de pessoas que tirariam proveito do recurso. Ainda assim, as mudanças apresentadas hoje são bem-vindas. Foram mais de 700 milhões de downloads em conteúdos do iTunes U até agora, de acordo com a Apple.

Os professores interessados no iTunes U devem usar o “Course Manager“, gerenciador de curso acessível do navegador. Mais prático, impossível, com exceção de que é preciso ter o Safari instalado na máquina.