A Musicoterapia baseia-se no status que a própria música tem como linguagem não-verbal e, consequentemente, como um canal aberto de comunicação e expressão do ser humano em toda sua complexidade.
Aparentemente, uma definição precisa é, de certa forma, complexa a medida que a Musicoterapia existe na intersecção de duas áreas do conhecimento humano: a música e a terapia, ambas complexas por terem seus limites pouco claros. Ela atua na promoção do bem estar, no controle do estresse, no alívio da dor, na expressão dos sentimentos, na melhoria da memória, na melhoria da comunicação, na promoção da reabilitação físico-motora, etc.
Podemos citar algumas das definições de Musicoterapia, como a de Bruscia (2000), que a define da seguinte maneira: “Musicoterapia é um processo sistemático de intervenção em que o terapeuta ajuda o cliente a promover a saúde utilizando experiências musicais e as relações que se desenvolvem através delas como forças dinâmicas de mudança”. Também, de acordo com Benezon (2008), a Musicoterapia pode ter as seguintes definições:
- uma especialização científica que se ocupa do estudo do complexo som-ser humano, buscando métodos diagnósticos e os efeitos terapêuticos dos mesmos;
- uma disciplina paramédica que utiliza o som, a música e o movimento para produzir efeitos regressivos e abrir canais de comunicação, com o objetivo de obter a reabilitação e recuperação do indivíduo para a sociedade;
- uma psicoterapia que utiliza o som, a música, o movimento e instrumentos corporais-sonoro-musicais, para desenvolver, elaborar e refletir o vínculo entre o musicoterapeuta e o paciente ou grupo de pacientes, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos mesmos, reabilitando-o e recuperando-o para a sociedade.
É possível ressaltar que a valorização da Musicoterapia está estreitamente vinculada a valorização da própria música dentro das diversas sociedades e uma visão simplista sobre o assunto pode ser totalmente prejudicial para o processo terapêutico. Outro ponto que dificulta a investigação acerca da Musicoterapia é que a própria presença do musicoterapeuta perturba o fenômeno em si, inibindo uma expressão musico-psíquica completa do cliente; isso se deve a própria causalidade do processo e, portanto, o objeto de investigação torna-se um subproduto da relação “forçada” entre cliente e terapeuta.
Mesmo que a expressão musical seja complexa de um ponto de vista investigativo, ela apresenta analogias com a linguagem verbal. Ambas representam um código que implica em seleção e combinação de diversos elementos categorizando-se, assim, como linguagem. Essa caraterística têm ajudado o Musicoterapia a deixar de ser uma prática que existia apenas no âmbito da não-verbalidade para atuar na intersecção entre as duas linguagens: musical e verbal.
O pressuposto para o estudo da Musicoterapia dentro da Educação Musical mora na afirmação de Gainza (2008) de que, tanto os processos educativos como os terapêuticos, supõem o estabelecimento de uma relação entre a pessoa e a música, tanto esta sendo o objeto final como objeto intermediário, ou seja, como fim em si mesmo ou como meio para.
Referências
Breve História da Musicoterapia. Material Didático do Curso de Vivências em Educação Musical 13. UAB-UFSCar – 2011. Disponível em ‹http://ead.sead.ufscar.br/mod/resource/view.php?id=35446›. Acesso em 10 fev. 2011.
American Music Therapy Association. What is the Profession of Music Therapy? Disponível em ‹http://www.musictherapy.org/›. Acesso em 10 fev. 2011.

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