quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O papel da inclusão digital no processo educativo



A Educação sempre foi uma das primeiras áreas a se modificar devido as TIC (tecnologias de informação e comunicação), uma vez que elas, por si só, modificam o modo como o ser humano organiza e transmite as informações. Como educação e informação são termos indissociáveis, as TIC efetivamente regem toda a maneira de educar. É claro que ao lançarmos um olhar mais crítico sobre essas tecnologias percebemos que elas também fazem aumentar o abismo social entre as camadas mais e menos favorecidas da população mundial.

Mesmo que hajam esforços da sociedade para que o maior número de pessoas possam ter acesso às TIC, ainda existem muitos empecilhos nesse processo. O próprio letramento digital ainda não abarcou toda a população, além de que o acesso aos computadores e à um serviço de internet de qualidade ainda é dificultado pelos altos custos. Em outro âmbito, podemos analisar o fato de que muitos usuários que têm acesso à uma tecnologia de qualidade a usam para fins não tão enriquecedores, tanto para eles mesmos quanto para suas comunidades. Esse aspecto negativo pode ser comprovado com uma rápida entrada em blogs e redes sociais disponíveis na internet;a quantidade de informação inútil é massiva, cabendo então ao usuário filtrá-la para poder usar todo o potencial educacional da rede.

Dentro dessa conjuntura como fica a Educação? É fácil pensarmos que as TIC vieram para revolucionar o acesso e a velocidade de transmissão de informações, porém como qualquer novo código é necessário um certo know how para decodificá-lo. Para os educadores também surge o novo desafio de estruturar o processo de ensino/aprendizagem usando uma tecnologia que eles nem sempre dominam; não conseguindo fazê-lo, podem vir a serem taxados como maus educadores, o que nem sempre é o caso. É como taxar um indivíduo de incapaz por não conseguir utilizar uma outra língua além de sua língua materna. As TIC, mesmo com suas intrincadas definições não são nada mais do que um novo tipo de linguagem, porém, essa desenvolve-se muito mais rápido que qualquer outra, trazendo, assim, certa dificuldade no acompanhamento de suas inovações.

Uma experiência na área da educação que utiliza as TIC como ferramenta primordial é a Educação a Distância. Nessa modalidade, existe uma ligação indissociável entre tecnologia e educação, constituindo uma forma de integrar as TIC à realidade do aluno de maneira natural. O aluno de EaD, por estar afastado fisicamente de um centro de ensino, desenvolve outros métodos de absorver conhecimentos, utilizando-se, assim, do grande potencial educacional da internet para enriquecer e complementar as informações que recebe diretamente da instituição de ensino. Devido essa independência física, o aluno cria certa autonomia e passa ser mais ativo em seu próprio processo de ensino/aprendizagem. O grande problema dessa modalidade é a própria fluência do aluno na “linguagem tecnológica", e esse processo de inclusão digital, às vezes, é demorado. Para exemplificar, podemos usar o caso de um aluno que saiu do Brasil e foi fazer um curso superior em uma universidade dos Estados Unidos sem ter muito conhecimento do inglês. Além da própria dificuldade inerente ao curso, o aluno teria também a dificuldade de se expressar e de entender as informações que lhe chegam; com a EaD se dá o mesmo.

Uma solução para o problema da inclusão digital é a própria inclusão social das camadas mais baixas da população. Claro que a frase acima é bastante utópica, porém, como demandar acesso a tecnologia quando áreas como as de infraestrutura ainda deixam tanto a desejar? Como almejar uma universalização das TIC quando milhões de pessoas ainda vivem abaixo da linha da pobreza? Na verdade, a inclusão digital está diretamente ligada a um processo educacional de qualidade. Entre os muitos códigos que a escola ensina, a informática deve ser colocada em um lugar de destaque, pois se atualmente já vivemos essa revolução, como será a conjuntura social e a demanda de conhecimento tecnológico do futuro? Quais serão as exigências que mercado fará para as atuais crianças quando essas entrarem no mercado de trabalho?

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